terça-feira, 24 de novembro de 2009

RESENHA “ASSUNTO DE MENINAS”

Kally Samara Medeiros Silva Gomes

Para você que gosta de uma boa dose de romance aliada a uma pitada de drama, não pode deixar de assistir este excelente filme: “Lost and Delirious” ou “Assunto de Meninas”. A produção franconorteamericana é de 2001, tem direção de Léa Pool e conta à história de Mary Bradford, uma menina muito tímida e quieta que se vê completamente perdida após a morte de sua mãe. O filme se desenvolve a partir daí e nele um cenário de amor e ódio, homofobia e aceitação é desenhado bem aos olhos da jovem “Mouse”. Sob a temática da homossexualidade, o filme narra a triste perseguição e homofobia que sofrem muitos homossexuais — no caso do filme, um casal lésbico.
Resenha do filme

Um dos desafios enfrentados atualmente é o da edificação de uma sociedade inclusiva e democrática, que contribua para que as pessoas possam compartilhar suas diferenças, respeitando as diversidades existentes. Nesse sentido, discutir e problematizar as relações de gênero e a sexualidade é uma das condições indispensáveis para a desconstrução e superação de estereótipos e de preconceitos que tem gerado desigualdades entre as pessoas.

É importante perceber que, apesar de homens e mulheres possuírem corpos cujas distinções genitais os agrupam em dois conjuntos bem gerais, as qualidades, as habilidades, os gostos pessoais, o temperamento e o caráter sempre variam entre os indivíduos e não são determinados pelo sexo biológico (CARVALHO, 2000).

No entanto, ao lançar um olhar mais atento ao filme, pode-se perceber o desrespeito pela orientação sexual de Paulie e Tory. Afinal, a escolha do parceiro ou da parceira dependerá da orientação sexual de cada pessoa e não do seu sexo biológico. Desse modo, essa orientação é um elemento importante da identidade sexual, definida pela forma de cada um viver seus desejos e prazeres, ou seja, sua sexualidade. No nível social, há pouca tolerância com as variáveis expressões de orientação sexual: verifica-se a tendência a uma obrigação em identificar os indivíduos em uma categoria fixa, constituindo-se a heterossexualidade em norma e se condenando outras orientações, como a homossexual ou a bissexual. A intenção, geralmente, é discriminar ou marginalizar de algum modo o indivíduo que foge dos padrões estabelecidos culturalmente.

Nesse contexto, é útil analisar algumas definições e conceitos básicos a respeito do filme. O termo homofobia refere-se à manifestação de preconceito e discriminação negativos, aversão, hostilidade, práticas estigmatizantes, exclusão e violência contra pessoas de orientação homoerótica, gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais, assim como contra todas as pessoas (inclusive heterossexuais) cujas expressões de masculinidade e feminilidade não se enquadrem no padrão heterossexual e nos papéis/estereótipos de gênero (CARVALHO; ANDRADE; MENEZES, 2009, p.21). Já o termo lesbofobia (ou lesbifobia), segundo a enciclopédia Wikipédia, inclui várias formas de negatividade em relação às mulheres como indivíduos, como um casal ou como um grupo social. Com base nas categorias de sexo ou gênero biológico, orientação sexual, identidade lésbica e expressão de gênero, esta negatividade engloba preconceito, discriminação e abuso, além de atitudes e sentimentos variando de desdém a hostilidade. O termo identidade sexual/gênero refere-se à sensação interna de um indivíduo sobre ser masculino ou feminino, menino ou menina, homem ou mulher. Como a orientação sexual, a identidade sexual baseia-se em construções psicológicas conscientes e inconscientes profundas.

O termo orientação sexual refere-se aos desejos e preferências de um indivíduo no que diz respeito ao sexo dos parceiros íntimos. São reconhecidos três tipos de orientações sexuais: a heterossexualidade (atração física e emocional pelo sexo oposto); a homossexualidade (atração física e emocional pelo mesmo sexo); e a bissexualidade (atração física e emocional tanto pelo mesmo sexo quanto pelo sexo oposto) (BARRETO; ARAÚJO; PEREIRA, 2009).
Já o termo “lésbica” refere-se à identidade social modernamente atribuída à mulher de orientação sexual homossexual, ou seja, que se relaciona sexual ou afetivo-sexualmente com outras mulheres (CARVALHO; ANDRADE; MENEZES, 2009, p.30).

Desse modo, a lesbianidade foi definida por Garcia (2003) ora como amor entre mulheres, ora como uma prática sexual destas entre si. De fato, conforme Mott (1987), a maioria das lésbicas não persegue o prazer sexual como finalidade única na relação com a companheira; seus objetivos são níveis profundos de comunicação, ternura, carinho e delicadeza. Então, a amizade é que se torna sexualizada, pois a relação sexual nasce de um sentimento profundo que tem por base o amor (PALMA; LEVANDOWSKI, 2008). Assim nesse contexto, enquadra-se o relacionamento entre as personagens do filme, Paulie e Tory, evidenciado pela reciprocidade do verdadeiro amor existente entre ambas, em detrimento ao prazer sexual.

A partir da ideia exposta, pode-se constatar que um casal de mulheres é marcado por um intenso companheirismo, com forte ênfase no apoio mútuo. Em geral, as lésbicas não sofrem perseguição aberta como os homens homossexuais, porém o silêncio que existe em torno da lesbianidade e a invisibilidade a que as lésbicas estão submetidas são uma das piores formas de opressão. Essa opressão é apresentada no filme através do silêncio das personagens, como também da dificuldade em assumirem sua verdadeira orientação sexual, já que a sexualidade vivenciada por elas não é a que a sociedade espera que seja.

Mott (1987) enfatiza que poucas famílias aceitam e convivem bem com membros de orientação sexual homossexual, estando mais presentes à intolerância e o inconformismo. O autor ainda comenta que, para a grande maioria das lésbicas, a família acaba por se constituir, na maioria das vezes, uma das principais preocupações, como repressora ou como cobradora de compromissos heterossexuais. (PALMA; LEVANDOWSKI, 2008). Isso é mostrado no filme através da força do medo da personagem Tory em assumir seu sentimento, receando uma possível rejeição da família e dos amigos.

Assim, a grande maioria dos pais que tem filhas homossexuais parece esperar uma mudança nessa orientação sexual. Com isso, acaba predominando a intransigência, constituindo-se a família a principal preocupação, seja como fonte de repressão, seja como cobradora de compromissos sociais heterossexuais. Desse modo, fica evidente que na maior parte das vezes as famílias operam a partir de uma crença de que todos os filhos serão heterossexuais e crescerão seguindo estilos de vida e vivências desse tipo.

“Assunto de Meninas” explora com sensibilidade e veracidade como o preconceito e o medo podem interferir na vida das pessoas, a ponto de vencer um sentimento sincero e profundo que é o amor, revertendo-o em algo extremamente doloroso.

Nesse sentido, o filme contribui significativamente para os profissionais que atuam na educação, tendo em vista que desde a Educação Infantil, as crianças e adolescentes devem estudar, discutir, refletir, sobre as questões de gênero, classe, raça/etnia e orientação sexual, tendo continuidade destes conteúdos, em todos os níveis de ensino. Acredita-se que a educação é uma das ferramentas de transformação desta sociedade que exige um padrão de “normalidade”, que acaba privilegiando quem é homem, branco, que tem dinheiro, que tem um padrão estético de beleza exigido pelas passarelas da moda vigente: alto e alta, magra e magro, “boa aparência” (isto significa ser branca, magra e de cabelos lisos). Até quando vamos ser coniventes com esta hipocrisia que classifica as pessoas pela cor, pelas propriedades que possui, e pela sua orientação sexual? Enquanto a mudança não acontece, a exclusão continua.

Referências:

BARRETO, Andreia; ARAÚJO, Leila; PEREIRA, Maria Elisabete (orgs). Gênero e diversidade na escola: formação de professoras/es em Gênero, Orientação Sexual e Relações Étnico-Raciais. Rio de Janeiro: CEPESC, 2009.

CARVALHO, Maria Eulina Pessoa; ANDRADE, Fernando Cézar Bezerra; MENEZES, Cristiane Souza. (Orgs). Equidade de Gênero e Diversidade Sexual na Escola: Por uma prática pedagógica inclusiva. João Pessoa-PB: Ed. Universitária / UFPB, 2009.

CARVALHO, Maria Eulina Pessoa; ANDRADE, Fernando Cézar Bezerra; JUNQUEIRA, Rogério Diniz. Gênero e Diversidade Sexual: Um Glossário. João Pessoa-PB: Ed. Universitária / UFPB, 2009.

PALMA, Yáskara Arrial; LEVANDOWSKI, Daniela Centenaro. Vivências pessoais e familiares de homossexuais femininas. Psicol. estud., Maringá, v. 13, n. 4, dez. 2008 . Disponível em Acesso em 10 nov. 2009. Doi: 10.1590/S1413-73722008000400015.

Outras leituras:

HYPERLINK http: //www.cinema.cineclick.uol.com.br Acessado em: 04/11/2009.

HYPERLINK http: //www.letrasdefilmes.com.br Acessado em 03/11/20009.

HYPERLINK http: //www.wikipedia.org/wiki/Lesbofobia Acessado em 16/11/20009.

SUGESTÕES DE ATIVIDADES DO FILME ASSUNTO DE MENINAS


UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE EDUCAÇÃO/NIPAM/DHP/ DFE
Grupo de Pesquisa Currículo Transversal

Coordenação: Maria Eulina Pessoa de Carvalho e Fernando Cézar Bezerra de Andrade

Projeto PROLICEN “EM CENA: EDUCAR PARA UMA CONSCIÊNCIA DE GÊNERO INCLUSIVA”


SUGESTÃO DE ATIVIDADE I

Objetivos:


· Conhecer os estereótipos construídos social e culturalmente e suas influências em nossas percepções e reações acerca de alguém ou alguma situação;
· Discutir os papéis de gênero impostos socialmente;

Materiais:

Caixa de papel;
Papéis em formato de fichas, contendo atividades exercidas por homens e mulheres;
Lápis colorido;

Procedimentos:

Convidar os alunos e as alunas a formarem um círculo;
Dividir a turma em dupla e pedir que cada grupo retire de dentro da caixa, exposta no centro do círculo, uma atividade cotidiana exercida por homens e mulheres;
Solicitar a leitura da ficha sorteada por cada dupla e pedir que relatem quem normalmente exerce a atividade;
Caso as respostas reproduzam opiniões estereotipadas, levantar questionamentos que fomentem ao grupo ocasiões de diálogos a respeito de atributos aceitos e valorizados socialmente;
Levar cada grupo a perceber que os papéis considerados femininos e masculinos são aprendidos social e culturalmente;


SUGESTÃO DE ATIVIDADE II

Objetivos:

· Promover uma discussão acerca da adoção de uma criança por parte de um casal de lésbico;
· Discutir o preconceito e os estereótipos de família enquanto grupo social;

Procedimentos:

Dividir a turma em grupos, estabelecendo através de sorteio uma equipe que irá argumentar a favor, outra que será contra a adoção da criança pelo casal e, por fim, uma cujos componentes assumirão as funções de jurados e juradas, decidindo o resultado final;
Simular um julgamento em que as partes apresentarão seus argumentos;
Convidar os participantes das equipes a decidirem o final da história;
Levantar questionamentos que fomentem ao grupo ocasiões de diálogo a respeito de atributos aceitos e valorizados socialmente, bem como os estereótipos de família na sociedade.
Por fim, discutir a decisão dos jurados e seus possíveis efeitos sobre a turma toda.

Referências:


CARVALHO, Maria Eulina Pessoa; ANDRADE, Fernando Cézar Bezerra; MENEZES, Cristiane Souza. (Orgs). Equidade de Gênero e Diversidade Sexual na Escola: Por uma prática pedagógica inclusiva. João Pessoa-PB: Ed. Universitária / UFPB, 2009.

HYPERLINK http: //www proex.reitoria.unesp.br/congressos/Congressos/1__Congresso/Cidadania_e_Direitos_Humanos/Trabalho14.htm . Acesso em 11/11/09.

domingo, 8 de novembro de 2009

Vídeos sobre preconceito na escola

Sexta Sessão de Cinema para Discussão da Temática sobre Relações de Gênero na Escola

Convidamos a todos para participarem da nossa 6ª Sessão de Cinema que será realizada dia 27/11/2009, das 14h às 17h na LATED, localizada no Centro de Educação na UFPB.
O filme a ser exibido será "Assunto de Meninas", o mesmo servirá de subsídio para nossas discussões sobre a temática de Gênero e Diversidade Sexual na Escola.


ASSUNTO DE MENINAS


Sinopse do Filme

Três adolescentes - Tori (Jessica Paré), Paulie (Piper Perabo) e Mouse (Mischa Barton) - vivem seu primeiro amor, descobrem a atração sexual e buscam desesperadamente por suas identidades. Mouse Bradford acabou de chegar ao Perkins Girls College, depois de deixar os pais e a madrastra na pequena cidade onde passou sua vida inteira. Mas a adaptação na nova escola não é tão difícil quanto imaginava porque rapidamente ela é "adotada" por suas colegas de quarto: a esperta Paulie e a bela Tory. Em comum, as três carregam algumas tragédias pessoais. Mouse perdeu a mãe, Paulie perdeu os pais quando foi entregue à adoção e Tory está perdendo a si mesma para poder atender às expectativas dos pais. O trio se torna inseparável e faz promessas de manter a amizade para sempre. No entanto, essa tarefa pode se tornar um pouco mais difícil, quando o desejo começa a despertar entre elas.

Ficha Técnica

Diretor: Léa Pool
Elenco: Piper Perabo, Jessica Paré, Mischa Barton, Jackie Burroughs, Mimi Kuzyk, Graham Greene, Emily VanCamp, Amy Stewart, Caroline Dhavernas, Luke Kirby, Alan Fawcett.
Produção: Greg Dummett, Lorraine Richard, Louis-Philippe Rochon
Roteiro: Judith Thompson, baseado em livro de Susan Swan
Fotografia: Pierre Gill
Trilha Sonora: Yves Chamberland
Duração: 102 min.
Ano: 2001
País: Canadá
Gênero: Drama
Cor: Colorido
Distribuidora: Paramount Home Entertainment


Referências:


ASSUNTO DE MENINAS. Disponível em: <http://cinema.cineclick.uol.com.br/filmes/ficha/nomefilme/assunto-de-meninas/id/10994>. Acesso em: 08 de novembro de 2009.

Trailer do Filme Assunto de Meninas

Assunto de Meninas - Without You - Mariah Carey (Tradução)

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

RESENHA MILK - A VOZ DA IGUALDADE

Projeto em Cena: Educar para uma Consciência de Gênero Inclusiva

Ana Paula dos Santos Silva
Universidade Federal da Paraíba
paulinha.ufpb@hotmail.com

Resenha do filme: Milk

Baseado na história real de Harvey Milk, o filme é dirigido por Gus Van Sant, que produziu uma obra didática e documental sobre o primeiro político abertamente homossexual da história dos Estados Unidos, eleito em 1977 para o quadro de Supervisor da Cidade de São Francisco.
No início do filme, uma cena chama a atenção: a paquera em uma estação do metrô entre Harvey e um jovem (Scott Smith) com jeito de hippie (descuidado na aparência). O clima leve e "caliente" aponta para a seriedade dos temas a serem abordados. Apesar de seu emprego bem remunerado, Harvey resolve mudar-se para San Francisco e seu parceiro Scott Smith (James Franco) vai junto. Lá, num bairro operário do distrito de Castro, Harvey abre uma pequena loja de revelação fotográfica. Torna-se um ativista gay, porque além de assumir publicamente sua homossexualidade, também organiza os residentes gays da vizinhança, buscando aliados em diversos grupos sociais; e, assim envereda pelos caminhos da política. Essa atitude gera protestos exagerados dos homofóbicos que viviam na época.

Ao começar um discurso, Milk se dirigia à multidão dizendo: “Meu nome é Harvey Milk e eu quero recrutá-lo!”, mas outras frases do personagem merecem ser descritas: "Todos os homens foram criados iguais", ou "Sem esperança não vale a pena viver".

O ator Sean Penn consegue a incrível façanha de dar vida ao personagem com uma intensidade emocional fascinante. No filme, o ator consegue convencer o espectador que o político gay era generoso, amigo, perseverante e apaixonado. Porém, a incansável dedicação à política afasta o personagem de seus relacionamentos, tanto com Scott, quanto com Jack Lira (Diego Luna). Sua carreira política foi curta mas, enquanto durou, foi um importante marco contra a discriminação, a favor das minorias e do direito de externar ideais através do voto, essa parcela de poder inerente a cada cidadão.

Eleito aos quarenta e sete anos, Harvey Milk marcou a história como o primeiro gay ativista que conseguiu exercer um cargo no serviço público americano. Infelizmente, ele foi assassinado (um ano depois) supostamente por Dan White, e os motivos para o crime são apenas sugeridos, motivos banais e enigmáticos. Mais que instrutivo, o filme fala de ambição, coragem e, sobretudo de um herói que se transforma em mártir, que lutou com paixão por aquilo em que acreditava e que usou as armas que tinha ao seu dispor, sendo a primeira delas a decisão de lutar por direitos iguais para os homossexuais em prol de um objetivo maior, o de mudar vidas.

A homossexualidade atualmente ainda incomoda muitas pessoas. A luta dessa classe pelo seu reconhecimento diante da sociedade é constante e seus direitos estão aos poucos se tornando uma realidade. Em 1990 a Organização Mundial de Saúde (OMS) reconheceu que a homossexualidade não é uma doença, distúrbio ou perversão, trata-se de uma orientação sexual descoberta pelo próprio indivíduo (CARVALHO, ANDRADE, MENEZES, 2009). Diante disso, o que explica o tratamento preconceituoso e desigual que pessoas homossexuais vêm recebendo na nossa sociedade?

Apesar da luta de direitos cunhada por essa classe, ainda existem países que consideram a homossexualidade um crime, a exemplo da Arábia Saudita e do Afeganistão. Nesses países os homossexuais podem ser condenados à morte.

Diante dessa triste realidade, o filme de Milk é assim, um convite para uma profunda reflexão sobre preconceitos, valores, ética e diretos iguais para todos, sobretudo para os homossexuais.

Propostas didáticas para o filme Milk - A Voz da Igualdade

Propostas didáticas para o filme


1) Assistir ao filme Milk com a turma e em seguida pedir que os alunos ilustrem por meio de desenho uma cena do vídeo que mais chamou atenção para cada um; ou desenhar qualquer outra figura que represente algo ou alguém que esteja relacionado ao filme. Logo após, socialize com a turma todos esses desenhos de forma que cada um explique o que abordou no seu desenho e por quê. Essa atividade visa levar os alunos a refletir sobre os principais temas abordados no vídeo: homossexualidade, homofobia e luta por direitos iguais.

2) Discutir com os alunos a questão apontada no filme sobre a suposta influência dos professores homossexuais em relação aos alunos, defendida pelo político Sr. Briggs. No debate com esse político Milk o pergunta:

“- Eu nasci de pais heterossexuais. Fui ensinado por professores heterossexuais. E numa sociedade intensamente heterossexual. Então por que sou homossexual?”
Refletir com os alunos essa fala de Milk, deixando claro que a homossexualidade ou qualquer outra orientação sexual não é ensinada e sim descoberta pelo próprio indivíduo.

3) Diante da ameaça de demissão de professores gays, Milk e outros ativistas conclamam todos os profissionais gays a "saírem do armário" e colocarem a sua privacidade nas ruas para reivindicar direitos plenos aos homossexuais.



3.1 Na sua concepção o que significa para os homossexuais “Sair do Armário”?


3.2 Apresentar e discutir com os alunos os direitos até então conquistados pelos homossexuais, tais como: o direito ao casamento em alguns países e o direito de concessão de benefícios pelo INSS aos casais homossexuais.


4)
A partir do conceito de homofobia apresentado no cartaz acima, que situações homofóbicas foram apresentadas no filme? A morte de Milk foi um ato de homofóbico? Você já presenciou alguma situação desse tipo em algum ambiente?

5) Encerrar a aula com o texto reflexivo abaixo.


SÓ POR AMAR DIFERENTE




Puxa, você tem nojo de ver dois homens se beijando?

Eu tenho nojo de ver gente batendo em gente
de ver gente enganando gente
de ver gente matando gente
de ver gente passando fome
disso eu tenho nojo!
Mas você pode dizer o que pensa da homossexualidade das pessoas...
É saudável falar o que pensa
(desde que não desrespeite ninguém!)
E já que você está tão aberto a discutir esse assunto - o que é louvável de sua
parte, eu te proponho que você tire um pouco o "casaco da moralidade"...

E sem idéias prontas imagine como seria se você fosse gay.
Não tenha medo.
Imagine você se descobrindo ser uma pessoa que não queria
(e lembre-se que o mundo não está preparado pra gente diferente!)

Tente se imaginar sentindo amor por outro ser humano
(que infelizmente não é o ser humano que sua mãe sonhara),
imagine a dor de ver que você vai ter ao escolher entre a sua felicidade ou a de
seus pais...

Ou então viver escondido e com medo levando uma vida frustrada.
Aí você um dia é descoberto e é humilhado, negado e escurraçado.
Você está sozinho no mundo e não entende por que tem de ser assim.

Será que amar é algo tão errado?
Será que você é tão ruim assim?
Quando você abraça seu amigo todo mundo acha fofo,
mas se você beija seu amigo você é uma aberração?

Aí começa o preconceito.
Você é alvo de piadas e fofocas...
De repente você pensa ser um ser humano inferior só por amar diferente!

Pense nisso e tente se imaginar nessa situação, cara!
Você vai ver que ninguém merece o seu "nojo"...
Vai sentir falta de dignidade e boa vontade.
Pense nisso!
Vai ser no mínimo interessante.
Fale o que pensa, mas pense antes de disseminar
apenas o que você ouviu a vida toda da boca dos outros.

Pense!


Autora: Luciana Gusmão




Vídeo acessar: http://www.youtube.com/watch?v=xmkgPFOZCNg

Referência:

CARVALHO, Maria Eulina Pessoa de; ANDRADE, Fernando Cézar Bezerra de; JUNQUEIRA, Rogério Diniz. Equidade de Gênero e Diversidade Sexual na escola: por uma prática pedagógica inclusiva. João Pessoa: Editora Universitária, 2009.


Indicação bibliográfica

BORGES, Zulmira Newlands; MEYER, Dagmar Estermann . Limites e possibilidades de uma ação educativa na redução da vulnerabilidade à violência e à homofobia.In Ensaio: aval. pol. públ. Educ., Rio de Janeiro, v. 16, n. 58, p. 59-76, jan./mar. 2008.

HENRIQUES, Ricardo et al (orgs). Gênero e Diversidade Sexual na Escola: reconhecer diferenças e superar preconceitos. Brasília: MEC, Secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2007.

MOTT, Luiz. O jovem homossexual: noções básicas de direitos humanos para professores, professoras e para adolescentes gays, lésbicas e transgêneros. IN Revista do Mestrado em Educação, UFS, v. 7, p. 95-102, Jul./Dez. 2003.

SOUSA, Valquíria Alencar de; CARVALHO, Eulina Pessoa. Por uma educação escolar não-sexista. João Pessoa: Editora Universitária/UFPB, 2003.

sábado, 10 de outubro de 2009

Quinta Sessão de Cinema para Discussão da Temática sobre Relações de Gênero na Escola

Convidamos a todos para participarem da nossa 5ª Sessão de Cinema que será realizada dia 23/10/2009, das 17h às 20h na Sala de Reunião, localizada no Centro de Educação na UFPB.
O filme a ser exibido será "Milk - A voz da Igualdade", o mesmo servirá de subsídio para nossas discussões sobre a temática de Gênero e Diversidade Sexual na Escola.


MILK - A VOZ DA IGUALDADE



Sinopse do Filme

Drama biográfico sobre Harvey Milk, primeiro candidato gay oficialmente eleito no estado da Califórnia. A vida de Milk mudou a história, e sua coragem mudou vidas. No início dos anos 1970, era um nova-iorquino que resolveu viver em São Francisco com o namorado, abrindo a pequena loja de revelação fotográfica Castro Camera num bairro operário. Milk surpreendeu a todos ao se tornar um verdadeiro agente de mudanças. Numa época em que o preconceito e a violência contra homossexuais eram aceitos abertamente como norma, Milk buscou direitos iguais e oportunidades para todos, mergulhando de cabeça nas turbulentas águas da política.

Ficha Técnica

Título original: Milk
Origem: EUAAno: 2008
Gênero: DramaDuração: 128 min.
Classificação: 16 anos
Orçamento: US$ 15 milhões
Direção: Gus Van Sant
Roteiro: Dustin Lance Black
Produção: Bruce Cohen, Michael London, Dan Jinks, Bruna Papandrea
Elenco: Sean Penn, Emile Hirsch, Josh Brolin, Diego Luna, James Franco, Alison Pill, Victor Garber, Denis O'Hare, Joseph Cross, Stephen Spinella, Lucas Grabeel, Brandon Boyce, Howard Rosenman, Kelvin Yu, Jeff Koons...
Estréia nos cinemas: 20/02/2009
Distribuidora(s): Universal Pictures do BrasilProdutora(s): Focus Features, Axon Films, Groundswell Productions, Jinks/Cohen Company

Referências:

MILK - A VOZ DA IGUALDADE. Disponível em: <http://www.cinemaemcena.com.br/EntradaFranca/post/MILK-A-VOZ-DA-IGUALDADE.aspx>. Acesso em: 10 de outubro de 2009.

Trailer Filme Milk

Campanha contra homofobia

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Quarta Sessão de Cinema para Discussão da Temática sobre Relações de Gênero na Escola

Convidamos a todos para participarem da nossa 4ª Sessão de Cinema que será realizada dia 25/09/2009, das 09:00h às 12:00h no LATED localizado no Centro de Educação na UFPB.
O filme a ser exibido será "Tudo sobre minha mãe", o mesmo servirá de subsídio para nossas discussões sobre a temática de Gênero e Diversidade Sexual na Escola.



Sinopse do Filme:



No dia de seu aniversário, Esteban (Eloy Azorín) ganha de presente da mãe, Manuela (Cecilia Roth), uma ida para ver a nova montagem da peça "Um bonde chamado desejo", estrelada por Huma Rojo (Marisa Paredes). Após a peça, ao tentar pegar um autográfo de Huma, Esteban é atropelado e termina por falecer. Manuela resolve então ir de encontro ao pai, que vive em Barcelona, para dar-lhe a notícia, quando encontra no caminho o travesti Agrado (Antonia San Juan), a freira Rosa (Penélope Cruz) e a própria Huma Rojo.

sábado, 22 de agosto de 2009

RESENHA TRANSAMERICA

“Transamérica” explora as contradições da moral americana.

Resenha do filme “Transamérica” (EUA, 2005)
Kally Samara Medeiros Silva Gomes

Há filmes sobre pais que descobrem que possuem filhos já adultos; há filmes sobre filhos que sonham um dia em encontrar seu verdadeiro pai; há filmes sobre preconceito em relação à orientação sexual; há filmes sobre pessoas que não conseguem se sentir satisfeitas com o seu corpo; há filmes sobre transexuais (embora muito raros); e há “Transamérica”, que reúne todos esses filmes num só.

Sinopse

Bree (Felicity Huffman) é uma transsexual que, antes de mudar de sexo, fez um filho. O garoto, Toby (Kevin Zegers), é agora um adolescente que sonha encontrar o pai que nunca conheceu. Os dois se encontram - sem que ele saiba sobre a identidade verdadeira de Bree - e partem, juntos, numa viagem de carro a Los Angeles.

Um pouco da história...

Bree, que nasceu Stanley, aprende a entonar a sua voz feminina durante as cenas iniciais. Ele está prestes a se tornar definitivamente ela graças a uma operação de mudança de sexo na Califórnia. Tudo está mais ou menos pronto, quando ela recebe uma ligação de um reformatório juvenil em Nova York, dizendo que um meliante acaba de ser preso por traficar drogas e se prostituir, e alega ser filho de Stanley.

Bem, apesar de ter um pênis, Bree o considera nojento e se lembra que na época da faculdade teve um sexo "quase lésbico" com uma colega, que vem a ser a mãe de Toby, o delinqüente juvenil e drogado. Bree pensa em esquecer essa história, mas sua analista a intima a conhecer o garoto: caso contrário, ela não assinará a autorização para a operação.

Através de vários "pequenos detalhes", o roteiro transporta para a tela, de uma forma bem natural, uma história que poderia ser "difícil" aos mais puritanos. O pai de Bree, que parece ser amoroso, porém fraco, diz que eles a amam. Mas a mãe dominadora fala logo em seguida que eles não a respeitam. Não é uma comédia, apesar de fazer rir em alguns momentos, e não é um dramalhão, apesar de tratar de um tema complexo.

Bree faz a operação. Sente-se realizada ao tocar o seu novo sexo na banheira e começa definitivamente uma vida nova. Com o filho. Final feliz, mas até chegar nele, o filme já tinha jogado vários questionamentos para os espectadores, o que vale o tempo desprendido para apreciá-lo.

Nesse sentido, é útil analisar algumas definições e conceitos básicos relacionados ao filme. O termo identidade sexual / de gênero refere-se à sensação interna de um indivíduo sobre ser masculino ou feminino, menino ou menina, homem ou mulher. Quando a identidade sexual não coincide com o sexo biológico, um indivíduo pode apresentar sofrimento psicológico significativo, o que se denomina disforia sexual.

O termo orientação sexual refere-se aos desejos e preferências de um indivíduo no que diz respeito ao sexo dos parceiros íntimos. Como a identidade sexual, a orientação sexual se baseia em construções psicológicas conscientes e inconscientes profundas. No nível social, há notavelmente pouca tolerância com as variáveis expressões de orientação sexual e tende a haver uma obrigação em identificar os indivíduos em uma categoria fixa, seja ela homossexual, bissexual ou heterossexual, com ênfase normativa nesta última categoria (o chamado heterossexismo). A intenção, geralmente, é expulsar ou marginalizar de algum modo o indivíduo que foge dos padrões estabelecidos culturalmente.

“O transexualismo (sic) é uma total inversão de identidade de gênero e o objetivo é a mudança de toda a maneira de viver, com todas as conotações sociais, muito além do que uma transformação cirúrgica possa oferecer. Os transexuais, algumas vezes, dizem que a cirurgia não tem como objetivo principal uma vida sexual ativa, mas sim igualar a aparência de seu corpo com a sua imagem interna do mesmo.” (ATHAYDE,2001,p.411).

As pessoas que não correspondem ao que, a partir do seu sexo biológico, delas é em geral esperado (nomeadamente, o tipo de roupas que usam e os seus maneirismos e atitudes) são ainda hoje discriminadas, agredidas, insultadas e inferiorizadas por terem um comportamento diferente da maioria. Nesse sentido, podemos perceber que a cultura ocidental moderna privilegia a diferença sexual como suporte primordial e imutável da identidade de gênero. Segundo este ponto de vista, as distinções anatômicas expressariam uma grande linha divisória que separaria homens e mulheres, concebidos nesses termos, como corpos, como sujeitos fundamentalmente diferentes e, assim, destinados a abrigarem e a desenvolverem emoções, atitudes, condutas e vocações distintas. Isto explicaria por que a decisão de alguém de romper com esta suposta determinação do sexo biológico, empreendendo uma transição do masculino ao feminino e vice-versa, cause escândalo e gere violência e perseguição.

A distinção radical e absoluta entre homens e mulheres coloca-se como parâmetro de normalidade no que se refere ao gênero, adaptando qualquer ambigüidade corporal e formando condutas coerentes com o ideal do casal heterossexual reprodutor. Homens “normais” devem se sentir “masculinos” e mulheres “normais” devem se sentir “femininas”. Porém, tudo aquilo que foge a esse parâmetro de normalidade tende a ser considerado “desvio”, “transtorno”, “perturbação”.

Assim, nesse contexto enquadra-se Bree, que se identificava com o gênero diferente daquele que lhe foi imposto a partir do seu nascimento, e que conseqüentemente desejou e efetuou uma cirurgia reparadora de mudança de sexo e que passou a ser vista como um exemplo “desviante” em relação à norma de gênero, rompendo, portanto com os parâmetros de normalidades construídos social e culturalmente.

Cardoso (2005), em seu artigo intitulado “Inversões do papel de gênero: ‘drag queens’, travestismo e transexualismo”, fundamenta seus argumentos com a seguinte citação:

Benjamin (1966), ao longo de sua experiência clínica, sugere quatro motivos básicos que levam os transexuais a optarem pela cirurgia de conversão genital:

1. Por motivo sexual. Normalmente, trata-se de transexuais jovens que não se percebem no papel de um homossexual, mas no de uma mulher heterossexual em um corpo de homem. Esses jovens não têm interesse por outros homens homossexuais, e sim por homens heterossexuais.

2. Por motivo de gênero. Em geral, os transexuais mais velhos é que são motivados a procurar alívio para sua urgente e persistente necessidade de adequar-se ao gênero feminino, o que demanda muito tempo e dinheiro em artifícios cosméticos e estéticos.

3. Por motivo legal. Aqueles que vivem em constante receio de serem descobertos, presos ou perseguidos enquanto se passam por mulheres em sua vizinhança ou em seu grupo social.

4. Por motivo social. Aqueles transexuais que realmente apresentam quase todos os requisitos do outro sexo em termos físicos, comportamentais e psicológicos, o que torna quase impossível identificá-los. Tal situação pode ser muito constrangedora quando estes se envolvem afetivamente com possíveis parceiros heterossexuais.(CARDOSO,2005,p.427).

É importante novamente chamar a atenção: a transexualidade não é uma orientação sexual, e sim uma questão de identidade de gênero.

Sugestões didáticas

Articular o aprofundamento teórico sobre as questões que envolvem as diversidades de gênero;
Convidar os profissionais da educação a se colocarem na situação de Bree, analisando suas próprias reações diante das seguintes situações:

1) Você consegue imaginar-se no lugar de Bree? Por quê?
2) Você já pensou na situação de ter um aluno transexual em sala de aula? Como seria? Por quê?
3) Se houvesse rejeição da turma em relação à/ao transexual, como você agiria?
4) O que você entende por transexualidade?
5) O que você poderá fazer, como educador/a e em sua escola, para lutar contra esse preconceito?
6) Solicitar relatos de possíveis vivências sobre o preconceito contra transexuais.


Fazer uma análise de estudos de casos reais trazidos pelos próprios educadores, estimulando-os a apresentar e discutir situações em que se viram eles próprios discriminados ou em que presenciaram pessoas sendo depreciadas e desrespeitadas;

Promover debates com os educadores (as), a fim de que não encarem os comportamentos desviantes da norma cultural como problemas, mas que entendam que não poderão mudar a orientação sexual de seus alunos (as), e, sim, despertar na turma o respeito pela diversidade sexual.


Referências:

ATHAYDE, Amanda V. Luna de. Transexualismo masculino. Arq Bras Endocrinol Metab, São Paulo, v. 45, n. 4, ago. 2001 . Disponível em . acessos em16 ago. 2009.

CARDOSO, Fernando Luiz. Inversões do papel de gênero: "drag queens", travestismo e transexualismo. Psicol. Reflex. Crit., Porto Alegre, v. 18, n. 3, dez. 2005 . Disponível em . acessos em16 ago. 2009.

CARVALHO, Maria Eulina Pessoa; ANDRADE, Fernando Cézar Bezerra; MENEZES, Cristiame Souza. (Orgs). Equidade de Gênero e Diversidade Sexual na Escola: Por uma prática pedagógica inclusiva. João Pessoa-PB: Ed. Universitária / UFPB, 2009.

CARVALHO, Maria Eulina Pessoa; ANDRADE, Fernando Cézar Bezerra; JUNQUEIRA, Rogério Diniz. Gênero e Diversidade Sexual: Um Glossário. João Pessoa-PB: Ed. Universitária / UFPB, 2009.

MARCIA, Arán; ZAIDHAFT, Sérgio; MURTA, Daniela. Transexualidade: corpo, subjetividade e saúde coletiva. Psicol. Soc., Porto Alegre, v. 20, n. 1, abr. 2008 . Disponível em . acessos em16 ago. 2009.

MOREIRA, Antônio Flávio Barbosa; CANDAU, Vera Maria. Currículo, conhecimento e cultura; 2008.

REVISTA Nova Escola, nº. 222, Maio de 2009, p. 82 – 85. Abrindo a caixa-preta da Prova Brasil.

Outras Leituras:

HYPERLINK http://www.cinema.cineclick.uol.com.br Acessado em: 07/06/2009.

HYPERLINK http://www.portal.rpc.com.br Acessado em: 07/06/20009

HYPERLINK http://www.letrasdefilmes.com.br Acessado em 08/06/2009.

SUGESTÃO DE ATIVIDADE SOBRE O FILME "TRANSAMERICA"

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE EDUCAÇÃO/NIPAM/DHP/ DFE
Grupo de Pesquisa Currículo Transversal

Coordenação: Maria Eulina Pessoa de Carvalho e Fernando Cézar Bezerra de Andrade

Projeto PROLICEN “EM CENA: EDUCAR PARA UMA CONSCIÊNCIA DE GÊNEROS INCLUSIVA”

SUGESTÃO DE ATIVIDADE SOBRE O FILME "TRANSAMERICA"

Objetivos:
· Conhecer os estereótipos construídos social e culturalmente e suas influências em nossas percepções e reações acerca de alguém ou alguma situação;
· Perceber que existem várias diferenças entre as pessoas;
· Reconhecer que a diversidade não implica inferioridade;
· Correlacionar semelhanças e diferenças de crenças, físicas, sociais, étnicas;
. Desenvolver respeito por todas elas;


Materiais:

Breves relatos de pessoas que foram discriminadas;
Bexiga ou balões;

Procedimentos:

Discutir com os alunos sobre os estereótipos presentes na sociedade;
Colocar os relatos dentro das bexigas e distribuí-las na sala de aula;
Solicitar que os alunos formem duplas;
Cada dupla deverá pegar uma bexiga e estourar;
Convocar as duplas, uma de cada vez, para vir à frente, ler o relato que está dentro da bexiga e responder oralmente as seguintes questões:
1. Qual o impacto que este relato causou em você?
2. Que tipo de sentimentos, pensamentos e reações ele gerou?
3. Sendo você o/a personagem principal deste relato, como se sentiria diante desses fatos?
4. Em que sentido suas práticas contribuem para a manutenção ou a redução da exclusão e da discriminação?


Alguns relatos interessantes de pessoas vítimas de preconceito:

“Na balada, alguns caras desistem de ficar comigo quando vêem que eu uso um aparelho nas pernas”, relata Vanessa Bueno, jornalista. Quando era pequena e morava no interior do Paraná, ela teve pólio e, por não ter recebido o atendimento correto, possui dificuldades para andar.
• “Eu sou branca e meu pai é pardo. Na colônia onde morávamos quando eu era pequena, as crianças não queriam brincar comigo porque eu era a filha do preto. Ainda hoje, sinto uma revolta muito grande com isso.”, desabafa Juliana, veterinária de Pomerode (SC).
• “É como ter aquela sensação de que você não é bem-vindo em um espaço que é de todos”, diz Atiely Santos, rapper e videomaker de Campinas (SP) que já foi discriminada por ser negra e ter uma orientação sexual diferente das outras garotas.
• “Na última vez que estive em Salvador, um grupo de pessoas negras passou por mim e disse: Ui, branco é cor de gente doente”, conta o DJ curitibano Washington.


RELATO RELEVANTES SOBRE TRANSEXUALIDADE, TEMÁTICA ABORDADA NO FILME “TRANSAMERICA”


Relatos a respeito da procura do tratamento cirúrgico (MÁRCIA; ZAIDHAFT; MURTA, 2008, p.74).

“É porque eu não me penso neste corpo . . . Embora eu
reconheça que biologicamente sou do sexo masculino,
para mim eu não sou homem. Foi isso que me fez
procurar ajuda, eu vivia entrando em depressão . . .
Eu só quero levar a minha vida normalmente, sem
esses problemas. Ser um ser humano normal, ter os
direitos que eu não tenho.” (Roberta, 33 anos).

“Eu sinto necessidade de fazer essa cirurgia, eu estou
com um espírito montado num corpo que não é
meu, então eu não me sinto bem” (Maria, 41 anos)
.
“Eu quero fazer a cirurgia, veja bem, eu me sinto uma
supermulher. Eu não tiro meu chapéu para mulher
nenhuma. Eu sou super feliz comigo mesma, mas, na
realidade, eu tenho uma coisa que me incomoda. Me
incomoda porque não tem nada a ver comigo fisicamente,
não tem nada a ver comigo psicologicamente.”(Priscila,36anos).


Nota-se que a demanda em relação à cirurgia se constitui basicamente pelo desejo de readequação do corpo sexuado ao gênero.

Relato de intenso sofrimento psíquico

Algumas pessoas relatam uma condição de intenso sofrimento psíquico, que aparece sob a forma de tentativas de suicídio depressão, transtornos alimentares e angústia, das mais diversas formas o que é provocado não apenas pelo conflito de não pertencimento ao sexo biológico como também pelas inúmeras conseqüências sociais intrínsecas a esta condição. (MÁRCIA; ZAIDHAFT; MURTA, 2008, p ,74):


Eu já pensei em suicídio várias vezes. Eu tenho entrado
em muito desespero por causa disso [dificuldade
de arranjar emprego]. Eu acho que mesmo operando
ainda vão continuar os problemas por causa da mudança
de nome. Eu vou vivendo a minha vida, entro
em depressão, saio da depressão... eu não sei até
quando vou conseguir sair da depressão. (Roberta,
33 anos).

Isso me levou a crises de histeria . . . entrei em anorexia
. . . eu tava superdeprimida, com crise de bulimia. Eu
queria continuar vivendo com a ilusão de que de
repente ‘ah, você é um hermafrodita e vamos ter que
te operar às pressas’ . . . Já pensei até em colar [o
pênis] com superbonder. É lógico que eu não faço
porque não sou louca, mas já pensei. Já cheguei a
usar esparadrapo para prender e ficar o dia inteiro,
não podia fazer xixi. (Aline, 34 anos).

Eu me sentia revoltada porque eu não conseguia me
sentir nem uma coisa nem outra. Teve uma vez que
eu fui parar no hospital psiquiátrico . . . acho que eu
tive uma crise de identidade, eu ficava confusa com
quem eu era com quem eu não era. (Gabriela, 25 anos,
desistiu da cirurgia ao longo do tratamento).


A certeza quanto ao pertencimento ao gênero oposto, a qual às vezes se expressa pela crença numa identidade fixa se repete no cotidiano do atendimento a pacientes transexuais.

Experiência de pertencimento ao gênero feminino

É importante destacar que a experiência de pertencer ao gênero feminino ocorre desde a infância, sendo que na maioria das vezes é na adolescência que esta condição começa a ser vivida como conflito. (MÁRCIA; ZAIDHAFT; MURTA, 2008, p ,75).

. . . desde os sete anos eu já me sentia diferente dos
outros meninos. Eu nunca fui igual aos outros garotos,
eu nunca tive o mesmo comportamento, a mesma
vontade que eles. Eu sabia que era diferente . . . A
adolescência foi um caos . . . A infância até que foi
boa, mas a adolescência e sendo adulto passando
isso é um horror. (Roberta, 33 anos).

“Eu nasci uma mulher, eu só percebi que não era uma
mulher quando eu vi uma mulher pelada na minha
frente” (Priscila, 36 anos).

. . . a minha aparência já foi feminina desde criança.
Talvez não feminina, mas uma coisa meio andrógina .
. . Eu já era uma menina porque a minha mama já
estava crescendo, a minha voz nunca foi grossa,
nunca tive muita virilidade . . . Eu sempre me isolei, eu
não ia no banheiro de jeito nenhum. Quando a minha
mama começou a crescer foi um problema seriíssimo
porque eu era alvo de piadinhas, é... eu não sei se era
macho-fêmea, era um termo bem chulo. O recreio para
mim era um tormento. (Aline, 34 anos).

“Eu me olho no espelho e não me reconheço porque
eu tenho um pênis no meio das pernas” (Roberta, 33 anos).


Esta percepção de pertencimento ao gênero feminino também se dá ao longo da vida através de experiências, estilos que constituem uma forma específica de relação com o mundo e com o outro.

Sexualidades

Em geral, segundo Márcia, Zaidhaft e Murta (2008), as questões relacionadas à sexualidade ficam em segundo plano no transexualismo, o que se destaca é o desejo de obter uma identidade feminina e não necessariamente de ter relações sexuais.

“Tive contato mais íntimo de tocar, isso eu tive. Agora
de chegar ao ponto de ter relação... não. Nenhum
tipo de relação . . . O que passa na minha cabeça é
que eu não sou homossexual” (Roberta, 33 anos).

Com doze anos comecei a namorar em casa. Eu nunca
me relacionei, nem pretendo me relacionar com
uma mulher, mesmo que seja lésbica. E esse rapaz
que ficou comigo, ele não foi o tipo de cara de me
expor como um homossexual. Ele me namorava como
se eu fosse uma menina. Era normal, tinha beijo na
boca, mas não tinha esse negócio de ficar passando
a mão aqui, passando a mão lá. Eu não deixo ninguém
tocar no meu pênis de jeito nenhum, até porque
eu já não tinha ereção graças a Deus. (Priscila, 36
anos).

Quando chegou a hora [sexo] e viu que eu não era
[mulher], ficou meio assim, falou que pensava que eu
era outra coisa. Ele não continuou e terminamos o
relacionamento . . . Se eu disser que nunca tive um
relacionamento com um homossexual é mentira, eu
tive. Tive e achava que ele era homem. Quando descobri
que ele era homossexual foi horrível, aquele
caos. Transexual na cabeça desse povo não existe,
todo mundo acha que é travesti. (Priscila, 36 anos).

Eu tive um namorado por muito tempo, eu não falei
que sou transexual, que sou hermafrodita ele engoliu
na boa . . . A grande maioria não soube, mesmo tendo
relações sexuais. Eu sempre dava uma desculpa em
relação à minha genitália para não olhar, pra não tocar.
(Aline,34 anos).

Falam comigo que sou maluca porque deixei de ter
contato real para ter contato na Internet . . . Se você é
gay tem uma discriminação, quando é transexual parece
que é o dobro. Você não tem direito a nada, nada!
Você só tem obrigações, obrigação de ficar calado.
Uma vez ouvi que sou uma aberração. Eu pirei por
causa disso. Eu tinha medo de assumir para as pessoas.
(Roberta, 33 anos).


Diante do exposto, podemos observar que na maioria dos casos os transexuais preferem não ter relações sexuais por não poderem se apresentar como tais. Algumas iniciam um relacionamento e o interrompem por medo da reação do parceiro. Outras dizem que são hermafroditas ou, inicialmente, se apresentam como mulheres que “possuem um problema na genitália”. E ainda outras revelam a sua condição e constroem uma vida afetiva e sexual satisfatória.

Dificuldades profissionais

Apesar da grande dificuldade de inserção no mercado de trabalho formal, devido a problemas de documentação, a maioria delas tem uma atividade profissional.

“. . . eu nunca trabalhei de carteira assinada, só faço
bicos . . . Eles não me consideraram apta para exercer
a função por causa disso (transexualismo) sendo que
já estava tudo pronto para assinar minha carteira. Eu
fui discriminada” (Roberta, 33 anos).

“As pessoas no meu trabalho pensam que eu sou
uma mulher, não sabem da minha condição” (Aline,
34 anos).


Expectativa em relação à cirurgia de transgenitalização

De acordo com Márcia, Zaidhaft e Murta (2008), a cirurgia é considerada um processo de adequação a uma condição já existente. Apesar de ser, para algumas pessoas e para auto-realização, as pacientes não parecem ter ilusões em relação à solução de todos os seus problemas, nem mesmo uma idéia de que haveria uma mudança subjetiva. A idéia que prevalece para as que desejam realizar a cirurgia é a necessidade de se livrar de uma parte do corpo que não é reconhecido como seu.

A minha expectativa é de uma vida normal, que eu
vou conseguir ter uma vida direita. Se eu colocar
uma roupa vai ficar direita, a cirurgia vai me deixar
normal . . . Eu sei que não vou ter a sensibilidade de
uma mulher, prazer eu sei que eu não vou ter, vai ter
alguma possibilidade porque tem algumas terminações
nervosas . . . Mas meu caso não é esse, eu tô
preocupada com a feminilidade. Para mim o lugar certo
de mexer é dentro da cabeça, mas o único jeito é
mexer na parte genital. (Priscila, 36 anos).

Sentimentalmente eu acho que vai mudar muito. Eu
vou poder, eu tenho tanta vontade de ser alguém, de
me entregar a alguém de verdade. Mas eu não tenho
essa liberdade. Eu não tenho esse direito ainda . . . Eu
acho que a adequação sexual no meu caso vai ser a
cereja que falta no bolo. (Aline, 34 anos).

Eu tenho consciência de que eu nunca vou ser uma
mulher completa. Mas só de tirar [o pênis] eu já vou
me sentir mais segura diante das pessoas . . . Ser uma
mulher para mim é estar integrada na sociedade, podendo
me assumir para os outros. (Carla, 27 anos)




Observa-se, portanto, que a tansexualidade se caracteriza por uma condição de intenso sofrimento.Esta experiência se dá não apenas por uma percepção de não pertencimento ao sexo dito biológico, mas, sobretudo, pela precariedade social proveniente da não aceitação desta condição por parte da normatividade cultural vigente.Porém, se as normas de gênero são históricas e contingentes, e não essenciais ou estruturais, a postulação de um “verdadeiro sexo” ou de uma “ verdade sobre o gênero” revela antes uma ficção reguladora,uma forma de organização do social.(MÁRCIA; ZAIDHAFT; MURTA, 2008, p.73).


Referência:


MARCIA, Arán; ZAIDHAFT, Sérgio; MURTA, Daniela. Transexualidade: corpo, subjetividade e saúde coletiva. Psicol. Soc., Porto Alegre, v. 20, n. 1, abr. 2008 . Disponível em . acessos em16 ago. 2009.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Terceira Sessão de cinema para discussão da homofobia

Convidamos a todos para participarem da nossa 3ª Sessão de Cinema que será realizada dia 21/08/2009, das 17:00h às 21:00h na Sala de Reuniões localizado no Centro de Educação na UFPB.

O filme a ser exibido será "Transamerica", o mesmo servirá de subsídio para nossas discussões sobre a temática de Gênero e Diversidade Sexual na Escola.

Sinopse do Filme



Bree Osbourne (Felicity Huffman) é uma orgulhosa transexual de Los Angeles, que economiza o quanto pode para fazer a última operação que a transformará definitivamente numa mulher. Um dia ela recebe um telefonema de Toby (Kevin Zegers), um jovem preso em Nova York que está à procura do pai. Bree se dá conta de que ele deve ter sido fruto de um relacionamento seu, quando ainda era homem. Ela, então, vai até Nova York e o tira da prisão. Toby, a princípio, imagina que ela seja uma missionária cristã tentando convertê-lo. Bree não desfaz o mal-entendido, mas o convence a acompanhá-la de volta para Los Angeles.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

RESENHA DO FILME SAINDO DO ARMÁRIO E SUGESTÕES DIDÁTICAS

Projeto em Cena: Educar para uma Consciência de Gênero Inclusiva

Ana Paula dos Santos Silva
Universidade Federal da Paraíba
paulinha.ufpb@hotmail.com

Resenha do filme Saindo do Armário

Sinopse:

"Get Real" é um filme britânico sobre sexualidade na adolescência e suas implicações para a escola. O filme conta a história de Steven, um jovem homossexual que descobriu que era gay aos onze anos quando estava olhando fotos de mulheres peladas com outros garotos. Ele, mesmo aceitando a própria sexualidade, vive conflitos por conta da homofobia reinante em sua escola e em sua família. Por sua vez, Johnny (Brad Gorton) é um atleta admirado por todos e o rapaz mais bonito da turma , que namora a menina mais linda da cidade: na verdade ele também é homossexual mas recusa a própria sexualidade, tanto que não consegue assumir a sua relação com Steven. Inteligente, o filme consegue explorar questões delicadas e ainda sim sair-se brilhantemente bem. De fato, o filme inteiro é bastante astuto, com diálogo habilidoso na exploração dos conflitos sofridos em uma fase conturbada na vida de muitas pessoas: a adolescência. O grande momento de revelação de "Get Real" é quando Steve, diante dos professores, pais e colegas, assume a sua sexualidade num evento em que recebia um prêmio por um artigo escrito na revista da sua escola. Ironicamente, a mesma revista censurou um outro artigo que ele havia enviado anonimamente, falando da realidade de crescer sendo homossexual. Na hora do discurso, ele fala francamente, convencendo a muitos que se sentiam desconfortáveis acerca dos direitos de colegas homossexuais, como Steve.

Comentário:

O filme conta a história de Steven, um garoto que no início da sua adolescência (aos onze anos) já havia descoberto sua orientação sexual, fato este incomum entre adolescentes, pois é nesta fase que os adolescentes ainda estão formando sua personalidade, ao mesmo tempo em que descobrem por sua orientação sexual. A mesma situação, por sua vez, pode não acontecer com outros jovens, como mostrado no filme, o caso de Johnny, um jovem que se sente confuso em relação a sua sexualidade, vivenciando um caso com um homossexual, passando a viver constates conflito consigo mesmo.

O filme retrata uma é época em que na Grã-Bretanha a maioridade legal/sexual para homossexuais era cinco anos maior que para heterossexuais. A legislação denominada "Seção 28" proibia as escolas e as autoridades locais de apresentarem relações homossexuais como uma forma de vida familiar aceitável por este motivo, na trama, a escola não aceita publicar o artigo que Steven escreve com o tema da homossexualidade. Além disso, por haver essa ilegalidade Steven passa a se encontrar com seus parceiros sexuais em um banheiro público.

O filme aborda a questão da homossexualidade de forma clara, apontando dramas reais da vida de uma parcela da sociedade que, muitas vezes, se sente obrigada a se esconder por medo de serem vítimas da homofobia. Essa é uma realidade bastante comum presente na escola e na sociedade.

A homofobia é a manifestação de preconceito, discriminação, aversão, hostilidade, exclusão e violência contra pessoas de orientação homoerótica, gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais, assim como todas as pessoas (inclusive heterossexuais) cujas expressões de masculinidade e feminilidade não se enquadram no padrão heterossexual e nos papéis de gênero.

A homofobia é resultante da heteronormatividade e do heterossexismo, e é uma forma de violência de gênero (CARVALHO; ANDRADE; MENEZES, 2009).
Sugestão didática para os professores

Apresentação do vídeo para turma; após, debater com os alunos as seguintes questões:

a) De que maneira o filme aborda a questão da homofobia?
b) Ao analisar a trama do filme “Saindo do Armário”, por que dois homossexuais lidam de maneiras diferentes em relação à sua orientação sexual?
c) Em sua opinião, em relação à homofobia, qual o papel da escola, da família e da sociedade?
d) Qual a relação entre homofobia e papeis de gênero?
e) Qual a relação que você verifica entre o título do filme “Saindo do armário” e a realidade vivida por Steven?
f) Durante a sua trajetória profissional na escola você já vivenciou ou presenciou algum episódio de Homofobia?

Solicitar aos alunos que selecionem cenas do filme relacionando-as com outros temas vinculados com a homofobia, tais como: sexualidade, preconceito, desigualdade, liberdade, respeito etc
OBS: Após a análise individual dessas temáticas pelos alunos é interessante a socialização dessas reflexões com toda a turma, pois essa prática ajudará o aluno a defender seus pontos de vista, ajudando-os a torná-los pessoas mais críticas em relação à questão da homofobia

Indicações bibliográficas

BORGES, Zulmira Newlands; MEYER, Dagmar Estermann .Limites e possibilidades de uma ação educativa na redução da vulnerabilidade à violência e à homofobia.In Ensaio: aval. pol. públ. Educ., Rio de Janeiro, v. 16, n. 58, p. 59-76, jan./mar. 2008.

CARVALHO, Maria Eulina Pessoa de; ANDRADE, Fernando Cézar Bezerra de; JUNQUEIRA, Rogério Diniz. Gênero e Diversidade Sexual: um glossário. João Pessoa: Editora Universitária, 2009.

CARVALHO, Maria Eulina Pessoa de; ANDRADE, Fernando Cézar Bezerra de; JUNQUEIRA, Rogério Diniz. Equidade de Gênero e Diversidade Sexual na escola: por uma prática pedagógica inclusiva. João Pessoa: Editora Universitária, 2009.

CASTRO, M.G.C., ABRAMOVAY, M. SILVA, L.B.Juventudes e sexualidade. Brasília: UNESCO,Brasil, 2004.

CONSELHO Nacional de Combate à Discriminação. Brasil Sem Homofobia: Programa de combate à violência e à discriminação contra GLTB e promoção da cidadania homossexual. Brasília : Ministério da Saúde, 2004.
HENRIQUES, Ricardo et al (orgs). Gênero e Diversidade Sexual na Escola: reconhecer diferenças e superar preconceitos. Brasília: MEC, Secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2007.

LIONÇO, Tatiana; DINIZ, Debora.Homofobia, Silêncio e Naturalização: por uma narrativa da diversidade sexual. In PSICOLOGIA POLÍTICA . VOL. 8. Nº 16 . PP. 307 - 324 . JUL - DEZ 2008.

LOURO, G. L. Gênero, Sexualidade e Educação: uma perspectiva pós-estruturalista. 2ª Ed.Petrópolis: Vozes, 1997.

MOTT, Luiz O jovem homossexual: noções básicas de direitos humanos para professores, professoras e para adolescentes gays, lésbicas e transgêneros. IN Revista do Mestrado em Educação, UFS, v. 7, p. 95-102, Jul./Dez. 2003.

RIOS, Roger Raupp; SANTOS, Wederson Rufino dos. Diversidade Sexual, Educação e Sociedade: reflexões a partir do Programa Nacional do Livro Didático. In PSICOLOGIA POLÍTICA . VOL. 8. Nº 16 . PP. 325 - 344 . JUL - DEZ 2008.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Segunda Sessão de cinema para discussão da homofobia

Convidamos a todos para participarem da nossa 2ª Sessão de Cinema que será realizada dia 31/07/2009, das 14:00h às 17:00h no LATED localizado no Centro de Educação na UFPB.


O filme a ser exibido será "Saindo do Armário", o mesmo servirá de subsídio para nossas discussões sobre a temática de Gênero e Diversidade Sexual na Escola.


Sinopse do Filme:



"Saindo do Armário (Get Real)" é um bom filme britânico sobre sexualidade na adolescência. Ele é baseado na peça "What’s Wrong with Angry?", de Patrick Wilde. O filme conta a história de: a) uma gorducha que não passa no teste de direção porque está muito distraída flertando, e depois transando com o instrutor; b) um machão, que depois de transar com a namorada conta para os outros caras todos os detalhes da intimidade do casal, o que faz com que ela acabe com a relação; c) Johnny, o cara mais bonito da turma , que namora a menina mais linda da cidade, mas que na verdade é um gay mal resolvido. Ele não consegue assumir a sua relação com Steve, que é bem resolvido.
Steve descobriu que era gay quando tinha onze anos e estava olhando fotos de mulheres peladas com outros caras. Um menino falou que preferiria ver homens pelados, e ele se deu conta de que era o que ele também gostava. Desde então ele se manteve firme nas suas preferências.
O grande momento de revelação de "Get Real" é quando Steve assume a sua sexualidade numa festa da escola, ao receber um prêmio por um artigo escrito na revista da sua classe. Ironicamente, a mesma revista censurou um outro artigo que ele havia enviado anonimamente, falando da realidade de crescer sendo homossexual. Na hora do discurso ele abre todas em frente dos pais, diretores, professores, e colegas, fazendo todo mundo se sentir desconfortável no início, mas recebendo uma salva de palmas no final. Não é necessário dizer que, ao se assumir, ele se tornou mais livre e mais feliz. Quer mais real que isso?

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Primeira sessão de cinema para discussão da temática

Convidamos a todos para participarem da nossa 1ª Sessão de Cinema que será realizada dia 03/07/2009, das 9:00h às 12:00h no LATED localizado no Centro de Educação na UFPB.

O filme a ser exibido será "Sexo por Compaixão", o mesmo servirá de subsídio para nossas discussões sobre a temática de Gênero e Diversidade Sexual na Escola.


Sinopse do Filme:



Sinopse: O filme conta a história de Dolores (interpretada pela atriz francesa Elisabeth Margoni), uma mulher madura de cerca de cinqüenta anos, reconhecida por todos como muito piedosa. Mas, por sua bondade excessiva, ela acaba abandonada pelo marido, Manolo (José Sancho), que não suporta mais tanta generosidade. Eles moram em um povoado desolado onde reina a tristeza e a resignação. Mesmo desesperada e querendo trazer seu amado de volta, ela acredita no futuro.
Um dia Dolores resolve pecar pela primeira vez em sua vida. Ela acaba dormindo com um desconhecido que passou por aquelas bandas. Sem querer, ela lhe salva a vida e o suposto pecado se converte em uma obra de caridade. Dolores - que muda de nome para Lolita - passa a dedicar sua vida às obras de caridade. Mas não as usuais, muito pelo contrário. Ela resolve se entrega de corpo e alma ao povoado. Principalmente o corpo, já que passa a espalhar o bem ao fazer sexo com vários homens. E é a partir dessas relações sexuais por compaixão, como diz o título, que ela vai ajudar a devolver a cor e a alegria de um povoado que se encontra imerso em tristeza.
Tudo andava bem até que o marido de Dolores volta e descobre a nova ocupação da esposa. Revoltado, ele briga com ela e a tristeza volta a reinar. Em defesa de Dolores (e em busca da alegria que os maridos perderam), as mulheres do povoado decidem dar uma lição em Manolo mostrando como é difícil o papel que sua esposa desempenha.

Prêmios: Vencedor do prêmio de Melhor Filme do Festival de Cinema Espanhol de Málaga de 2000 e destaque do Festival do Rio BR de 2001, o longa-metragem Sexo por Compaixão (Sexo por Compasión) marca a estréia da atriz espanhola Laura Maña na direção e roteiro.